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Nota Oficial FENIVE sobre acidente com GNV
Federação Nacional da Inspeção Veicular emite nota sobre explosão de GNV no Rio de Janeiro na terça-feira
A Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE) lamenta profundamente a morte do senhor Mário Magalhães da Penha, 67 anos, vÃtima de uma fatalidade ocorrida na terça-feira (26) em um posto de combustÃveis no Rio de Janeiro. O cilindro de gás natural veicular estourou durante o abastecimento do veÃculo. Magalhães chegou a ser encaminhado ao hospital, mas veio a falecer na madrugada desta quarta-feira (27), menos de 24 horas depois do episódio.
 A FENIVE se solidariza com os amigos e familiares da vÃtima e está colaborando com as autoridades para que as causas deste sinistro sejam esclarecidas, para que, definitivamente, isto não mais aconteça. O sistema GNV é seguro. Mas há procedimentos a serem adotados na instalação e manutenção do sistema.
 O levantamento preliminar realizado por especialistas em inspeção veicular que foram até o local do acidente mostrou que o cilindro presente no carro envolvido no acidente não é o mesmo que havia sido inspecionado no veÃculo em 2021. A inspeção veicular periódica é uma das exigências legais para que o carro que passou pela conversão possa circular regularmente.
 Conforme apontaram as análises preliminares, o cilindro que estourou teria sido retirado de um veÃculo que havia sido roubado em 2016. Como pode ser observado na foto anexa, é provável que o cilindro tenha passado por incêndio e, depois de ter sido repintado e adulterado, foi instalado no veÃculo. Não é possÃvel afirmar se o proprietário do veÃculo tinha ciência disto. Outras afirmações só serão possÃveis depois do resultado final da perÃcia.
 A cidade do Rio de Janeiro conta com uma lei municipal que prevê verificação do selo GNV para que o veÃculo seja abastecido (Lei 7.024/2021). Tudo indica que esta legislação não foi cumprida pelo estabelecimento, apesar de estar em vigor.
 Dados de junho de 2022 da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostram que existem mais de 2,6 milhões de veÃculos com GNV (Gás Natural Veicular) instalados no Brasil.
 O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de veÃculos com GNV, provavelmente pela cultura criada, com grande rede de abastecimento de combustÃvel e desconto no IPVA. São mais de 1,6 milhão de veÃculos registrados com o combustÃvel gasoso.
 GNV é combustÃvel limpo, que pode representar até 40% de economia de dinheiro em relação aos combustÃveis lÃquidos, dependendo do motor, uso e preço dos combustÃveis. Os sistemas modernos proporcionam bom desempenho do motor, com economia e segurança. O sistema de GNV é seguro. Os componentes são certificados pelo Inmetro e passam por rigorosos testes de confiabilidade. Cilindros de GNV, por exemplo, podem ser alvejados por projéteis de fuzil, sem estourar, e suportam pressões muito maiores que aquelas do abastecimento.
 Em geral, o GNV é instalado nos veÃculos usados, através de um processo simples de modificação veicular: cidadão solicita autorização prévia ao Detran, realiza a instalação do kit em oficina homologada pelo Inmetro, para então realizar a inspeção veicular em empresas acreditadas pelo Inmetro e licenciadas pela Senatran (ITL – Instituição Técnica Licenciada).
 Após a inspeção, o veÃculo é regularizado no Detran, que inclui o combustÃvel no documento. Todos os anos os veÃculos com GNV devem passar por inspeção periódica para verificação do sistema GNV e demais sistemas de segurança do veÃculo. Quando aprovado, o proprietário do veÃculo recebe o selo GNV, de porte obrigatório. A cada cinco anos o cilindro deve passar por um processo de requalificação para garantir suas caracterÃsticas mecânicas.
 Entretanto, a frota de veÃculos com instalação irregular de GNV é elevada, colocando todos em risco. A Fenive tem feito pesquisas de campo de veÃculos abastecendo com GNV em diversas cidades, com foco no Rio de Janeiro. Ficou constatado que mais de 40% dos veÃculos que foram abastecidos tinham alguma irregularidade.
 Cerca de 39% dos veÃculos pesquisados estavam com a inspeção veicular periódica vencida. Além disso, outros 15% não tinham nenhuma inspeção registrada. 95% dos veÃculos pesquisados foram no Estado do RJ. A pesquisa foi realizada com recurso das associações que fazem parte da FENIVE, utilizando o banco de dados dos organismos de inspeção através do aplicativo GNV Legal, desenvolvido pelo grupo Otimiza, que fornece sistemas para as empresas (planilha anexa). Em outros estados, o Ãndice de veÃculos irregulares passa de 40%, como em Minas Gerais e Paraná, por exemplo.
 Há Estados que possuem leis para tentar coibir abastecimento de veÃculos irregulares, exigindo a apresentação do selo GNV, mas a FENIVE entende que somente com sistemas informatizados será possÃvel controlar estes abastecimentos. Em Santa Catarina há uma lei estadual que prevê a leitura de selo GNV com chip para desbloquear o abastecimento na bomba. Mas a lei ainda está sendo implementada.
 Não há estatÃsticas oficiais de sinistros envolvendo veÃculos com GNV instalado, mas só no Rio de Janeiro ocorreram pelo menos oito acidentes entre 2016 e 2019. Houve outro acidente em Maceió, em 2020 e outros três esse ano, sendo dois no Rio de Janeiro e um em Fortaleza. Os acidentes, já investigados, ocorreram com veÃculos irregulares, com cilindros sem condições de uso.
 A FENIVE tem procurado o Inmetro desde 2018 para que sejam desenvolvidas ferramentas sistêmicas integradas para melhorar o controle dos sistemas GNV instalados, mas sem sucesso. O Inmetro tem ciência dos dados apurados com o aplicativo GNV Legal.